quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Restaurando relacionamento

Hoje estudaremos a relação entre Davi e seu filho, Absalão, a partir de uma experiência trágica de abuso sexual sofrido pela irmã de Absalão, Tamar, provocado por outro irmão (também filho de Davi, porém, de outra mãe) Amnom. Toda a história se encontra entre II Samuel 13:1 e 18:33.



Frustração



Precisamos notar a frustração de Absalão em relação a seu pai, Davi, quando nutriu a expectativa de que o pai exerceria juízo sobre Amnom por este haver violentado sua irmã, Tamar. Dois anos inteiros, porém, se passaram (II Sm. 13:23), sem que Davi transformasse sua ira pelo ocorrido (II Sm. 13:21) em solução prática de disciplina e correção do problema.



Absalão estava frustrado com o seu pai, Davi. A expectativa não satisfeita foi produzindo, no decorrer daqueles dois anos, um sentimento de revolta tanto em relação ao pai que não julgou a causa, quanto em relação ao agressor, Amnom, que continuava impune depois de tamanha ofensa.



Perguntamos: Como você lida com as expectativas não alcançadas em relação a certas pessoas importantes para você? Como você reage à percepção de que o seu cônjuge, patrão, filho, amigo, pai, mãe, ou quem quer que seja, possivelmente não seja exatamente quem você queria que fosse, ou não esteja agindo de acordo com o que você esperava? Tem você frustrado a expectativa de alguém?



Para meditação: Sl. 62:5; Sl. 71:5; Pv. 13:12; Lm. 3:26.



Reprimindo os Sentimentos



Por falta de ação do pai, Absalão decide fazer justiça por conta própria, mandando matar Amnom (II Sm. 13:28). Depois disso ele foge e fica três anos longe do pai (II Sm. 13:38). Embora demasiadamente triste pela morte de Amnom, Davi começa a sentir saudades de Absalão; é quando ele permite que o filho volte a Jerusalém, sem contudo, ter o direito de ver a sua face (II Sm. 14:24 e 28).



Davi sentiu saudades do filho, mas não se permitiu transformar esse sentimento em fator motivador para uma restauração do relacionamento entre eles. Antes, reprimiu a saudade e se manteve à distância, como se o filho nada representasse para ele.



Perguntamos: Você é capaz de reprimir um sentimento restaurador em relação a alguém só para não dar o “braço a torcer”? Quando você sente a compaixão de Deus por alguém que lhe feriu, você consegue conviver naturalmente com a ausência de conversão dessa compaixão em atitude prática de perdão?



Para meditação: Sl. 22:24; Gn. 50:21.



Tempo Desperdiçado.



Se você está fazendo as contas, certamente percebeu que já se passaram sete anos desde a violência sexual sofrida por Tamar. Por dois anos Absalão esperou pelo juízo do pai. Por três anos esteve como fugitivo depois de matar Amnom. Por dois anos esteve em Jerusalém sem ver a face do pai.



Sete anos de relacionamentos rompidos, e de muitas lembranças saudosas, afetos sufocados, vontade de estar perto, de abraçar, de beijar, de falar sobre tantas coisas, mas ao mesmo tempo, de tanta distância e tanta decepção de um para com o outro.



Perguntamos: Temos resolvido nossas pendências nos relacionamentos no decorrer dos anos de vida, ou temos deixado as coisas como estão por tempo indeterminado?



Para meditação: Gn. 46:29; Mt. 5:25; Gl. 6:10; Ef. 5:16.



Indiferença



Por fim, Davi decide receber o filho em seu palácio real (II Sm. 14:33). Depois de muita insistência e de muito clamor por parte de Absalão para ver o pai e receber dele alguma palavra, ainda que fosse de extrema repreensão, Davi consente em ver o filho. Absalão se apresenta e, humildemente, se prostra ante o rei. Para surpresa de todos e maior decepção de Absalão, Davi se limita a beijar a face do filho e mais nada. Revoltado, ele empreende uma grande rebelião contra o pai, que culmina em sua própria morte (II Sm. 18:15).



Se ele fosse repreendido pelo que fizera, se o pai tivesse dispensado uma longa conversa com ele sobre tudo o que aconteceu, se Davi demonstrasse interesse de julgar com justiça ao mesmo tempo em que restaurasse o filho à comunhão, e se o próprio Absalão não tivesse perdido a esperança de que dias melhores viriam, então tudo, certamente, teria um desfecho diferente. O simples beijo no rosto depois de tanto tempo de distanciamento entre eles, demonstrou indiferença, que acreditamos ser uma das mais poderosas armas contra os relacionamentos.



Perguntamos: Como encaramos a indiferença por parte de quem mais amamos? Somos indiferentes quanto às questões de interesse das pessoas que nos cercam?



Para meditação: Pv. 19:18; Is. 57:10.

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